Um pouco sobre os Dentes e as Cáries

O corpo humano é um sistema que reage a tudo que a mente emana como se fosse algo real. Nossa mente é um gerador de mundos imaginários e nosso corpo é capaz de modificar suas secreções endócrinas a partir dos conteúdos das imagens e palavras que ganham vida através dos pensamentos. O corpo é um sistema real que reage a um mundo virtual. O nosso corpo sempre reage diante do valor emocional que uma imagem ou uma palavra carrega ou reflete. O valor emocional é algo individual, que dita percepções e provoca feridas vivenciadas de forma muito particular. Temos que considerar que os valores mudam consideravelmente de pessoa para pessoa e também de acordo com a cultura onde o indivíduo se vê inserido, o que muda por sua vez com a região, com a época, com a raça, com as crenças religiosas, etc.

A reação do nosso corpo diante do mundo exterior é sempre uma adaptação necessária para sobreviver, uma adaptação para recobrar o equilíbrio, pelo menos momentâneo diante da emergência de um “perigo” percebido pelo ego. E essa adaptação é a solução que no passado ou no passado dos antepassados funcionou: e então foi utilizada, aprendida e incorporada para ser repetida. 

A adaptação sempre ocorre por duas vias de interpretação: lutar ou fugir e ambas opções exigem habilidades. O objetivo final é a busca de equilíbrio que permite viver. O equilíbrio põe fim a coerção vivenciada. O fator coercivo é um fator estressante percebido no mundo exterior ao qual temos que nos adaptar para não nos “quebrar. Temos então duas vias de adaptação nos relacionamentos: tentar mudar o outro ou mudar a nós mesmos. Uma via é ativa, uma dinâmica masculina e a outra via é passiva, uma dinâmica feminina. A dinâmica masculina está refletida nos dentes e mandíbula do lado direito e a dinâmica feminina está refletida nos dentes e mandíbula do lado esquerdo da boca. O movimento dinâmico do indivíduo está refletido na mandíbula (move mento). As dinâmicas masculina e feminina são o movimento da vida e o sentido desse movimento na vida. As cáries à direita e à esquerda expressam, pois, uma alternância dos dois modos de agir buscando adaptar-se ao mundo exterior. Dependendo do quadrante onde manifestamos a cárie o tema de fundo mudará. Dependendo do dente acometido, o assunto conflituoso mudará e dependo da área específica do dente em questão a leitura também mudará. A existência de cáries simétricas à direita-esquerda nos mostram que uma pessoa manifesta um sofrimento impactante na área do trabalho como reflexo do sofrimento vivenciado na família. E cáries simétricas superior-inferior nos mostram que o sofrimento padecido em nossa existência pode ser eco de outras memórias.

É necessário que a consciência do poder que temos retorne a nós, uma vez que somos os protagonistas da nossa história e do nosso aprendizado. Podemos tomar consciência do que dita nosso comportamento e nos comprometer com uma mudança positiva. Somos protagonistas das nossas escolhas, da busca por conhecimento ou não, da busca por autoconhecimento ou não. Somos, portanto, os únicos atores do processo carioso e de como o ativamos.

As cáries não são uma reação diante da necessidade de adaptar-se no mundo material, senão uma consequência do sofrimento experimentado em uma relação humana. Os dentes nomeiam de maneira precisa aquilo que provoca sofrimento ao nosso coração. Os dentes são a ferramenta do “Verbo” através do qual nos iluminamos a nós mesmos. Para romper os bloqueios em nosso coração. As palavras possuem a mesma precisão que as chaves têm para abrir portas. Abrem frequências dentro de nós. Um conflito quando entendido, sentido (encontra sentido ou faz sentido com o sentido por nós) e quando verbalizado nos sintoniza com a oportunidade de cura, se abre à frequência de cura, e é importante destacar que o sentido de cura sempre passa pelo perdão de si e dos demais. Essa é a importante contribuição que decodificação dental pode nos trazer de forma tão singular e tão precisa.